domingo, 2 de dezembro de 2018

ATÉ TU, BRUTUS!







 O AUTOR COM SUA OBRA:

UM PEQUENO TRECHO DESSE LIVRO DE MUITO HUMOR:

           Mas o garoto Bodão aborrecia ao pai também em outro sentido.
          O danadinho não gostava de sanfona nem de zabumba... Dizia que dava preguiça tocar aquilo! ... Mas gostava de violino!
          O pai não se conformava:
          --- Meu minino, Padim Ciço, vai é se torná uma bichona preguiçosa! Magina Padim, ele cismou em tocar violino! Uhem, uhem, uhem...
          --- Mas filho, violino também é digno! Muitas músicas que louvam a Deus têm como base o violino! --- Defendia o menino, afinal ele era coroinha na paróquia local.
          --- Mas, Padim, num pedi fio santo, não. Tenho mais tu. Preciso de mais santo não! Esse moleque, Padim, é mole por demais da conta, preguiçoso que é uma peste, parece que não aguenta com uma sanfona, não! Uma vez eu pus uma na cacunda dele, o muleque caiu pra frente, deu uma cambalhota com sanfona e tudo, Padim.
          O ‘Padim’ então riu.
          E assim ele se imaginava falando com o Padre Cícero.
          Mas um dia o menino o surpreendeu:
          --- Painho quero ir mais mãinha na casa de Chistolina!
          --- Qui... fazê... Na... Casa... Daquela... Gosto... Daquela muié? --- Ficou tão admirado o pai, que quase perdeu a voz.
          --- Mãinha vai sempre lá comprá verdura da mãe de Chistolina, por isso eu quero ir mais ela pra móde ver Chistolina tocar sanfona, que eu tô mais é gostando da coisa!
          O pai quase deu pulos de alegria! Até que enfim o filho estava se interessando por sanfona!
          ---Vai, cabrinha, vai! --- E avisou a esposa de que o menino iria com ela.

          Chistolina era muito bonita!
          E tocava sanfona muito bem!
          E logo que Chistolina dava os primeiros acordes, o Bodão se atirava ao chão...
          Sala cimentada, vermelha e ainda encerada, era um prato cheio para o então menino Bodão. Ela tocava, ele deitava...
          Contava então onze anos aquele pentelho.
          Sua mãe não entendia --- acho que nunca entendeu --- por que mal a Chistolina pegava na sanfona, o Bodão já se atirava ao chão.
          --- Levanta, muleque! --- Ordenava ela.
          --- Oxe! Eu levantá? Agora que tá bão! --- Respondia ele, sem obedecer.
          Quando insistiam, ele dizia que era “porque o chão era     limpinho”...
          A mãe encafifava, por certo, pois desde então ele já não era chegado a nada disso de asseio.
          --- Bodinho, vai tomá banho!
          E ele, --- Pra móde quê tomá banho hoje, se vou me sujá amanhã?
          E ela, --- Mas se dormir sujo, vai sujá o lençol, sua peste!
          Mas quê... Sua peste gostava mesmo é de ficar sujo!
          Como se vê, o Bodão sempre foi prático (?), se bem que cheio de sujeira atrás das orelhas e nas juntas.
          É... Chistolina era bem ‘coisadona’ (ele dizia isso em vez de gostosa!), tocava bonito, a sanfona dela era um sanfonão de dar gosto!
          E naquele tempo as mulheres quase não usavam calça comprida, não. A Chistolina usava só saia, e que saia!
          E numa dessas, o menino Bodão percebeu que se deitasse ao chão, em frente à cadeira em que ela sentava, podia ver a calcinha da Chistolina...
          Então, mal ela dava as primeiras dedilhadas e puxava o fole, o Bodão já estava deitadão, de olhar bem fixo! ...
Ô sanfonão!


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