quarta-feira, 27 de setembro de 2017

5570 CHIFRES


          Depois de alguns anos, já oficialmente divorciado da Ritinha, foi que o Bodão voltou a Sertãozinho, para visitar a filha  e quem sabe reatar com a bela ex esposa boa de coxa, de copo e de cama!...
          Da última vez, partiu ao descobrir que a Ritinha era amante do temível e belo Pé-de-Pano de Sertãozinho.     
Desta feita, certo dia resolveu fazer um programa com a Ritinha, mais a filha; esta já adolescente.  Então, eis que esse fato aconteceu na chamada ‘Prainha’, para onde foram.
          O Bodão, num dos momentos de distração da ex esposa, resolveu mexer no celular dela, quando ela estava longe, distraída, com a filha.         
          Então, furioso, o Bodão encontrou no celular dela estas mensagens:
          Amiga: Vai sair hoje à noite, Ritinha?
          Ritinha: Sim, vou.
          Amiga: Vai sair com quem?
          Ritinha: Com o Pé-de-Pano de Sertãozinho!
          Amiga (admirada): Mas... e o Bodão?
          Ritinha (após rsrs): Ah, o Bodão é um chifrudo!
          Irritado, o Bodão abreviou o passeio, e logo ligou para o Cornija, que era Presidente do Clube do Cornos de Diadema:
          — Oi, amigo! Pensei que podíamos eu a Ritinha ficar juntos, mas acredita que mal começamos a ficar, ela já tá me traindo? Vou embora de Stz de novo!
          — Ora... — disse o Cornija — se você ficar indo embora de cada cidade em que leva um chifre, vai acabar percorrendo o Brasil inteiro! — E tendo dito isso, gargalhou gostosamente.
          O Bodão ficou pensativo. E perguntou:
          — Quantos municípios há no Brasil?
          — 5.570. — Esclareceu o Cornija.
          O Bodão, desanimado, sentindo a cabeça pesar, murmurou:
          — Ufa! Haja cabeça pra tantos chifres!
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          ADhemyr Fortunatto – Escritor e Jornalista - Drt-SP 60.511
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domingo, 10 de setembro de 2017

ADÃO, EVA E A SERPENTE

 
          Foi quando estava numa pindaíba danada, que o Bodão resolveu trabalhar no Censo, e eles também resolveram (sei lá com que critério!) que o Bodão podia ser um bom Recenseador.
          Visitando residências, ele deparava com as coisas mais inusitadas possíveis, mas de uma nunca esqueceu...
          Chegou numa casa modesta, bateu palmas.
          Logo saiu um homem de aspecto rústico, sério demais.
          O Bodão se apresentou, e ele só fez:
          --- Hum.
          Bem... Aí o Bodão iniciou as perguntas de praxe... (Uma que ele apôs não tão de praxe assim, como veremos a seguir...).
          --- Como é o seu nome?
          --- ADÃO. --- Respondeu o homem com uma seriedade ancestral, para não dizer abissal.
          --- Hum... Certo. --- E o Bodão anotou ali, onde devia anotar.
          --- E qual o nome da sua esposa?
          --- EVA. --- Respondeu o homem, com um jeito rústico de assombrar.
          --- Hum... --- Só fez o Bodão, franzindo o cenho, anotando.
          Súbito lhe veio uma pergunta imbecil à cabeça, que se tornou mais imbecil ainda quando ele a expressou assim, após dar um risinho malicioso:
          --- Por acaso aqui também não mora a SERPENTE DO PARAÍSO?
          Então o homem se deixou envolver por um largo sorriso pela primeira vez, ele que fora tão sério até aqui! Tão feliz lhe pareceu a criatura, que o Bodão ficou deveras pasmado.
          Entendeu tudo então, quando o sujeito gritou lá pra dentro:
          --- SOGRA! Chega aqui! VIERAM TE BUSCAR!
          Aí Bodão ouviu um arrastar de chinelos vindo lá de dentro...

          Com um jeito inquieto, e de quem não entendia nada, encerrou precipitadamente as perguntas ali mesmo e se mandou; nem viu a “serpente” aparecer...
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POR: ADhemyr Fortunatto.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

COLINHO


          Há cerca de alguns meses o Bodão tivera um caso com a Verinha, que estava separada do marido. Ela tinha um colo amplo, cheiroso e macio. Muito propício, pois, aos interesses depravados do Bodão. Portanto, sempre quando estava junto dela, ele pedia... ‘colinho’...
          Mas um dia a Verinha pôs fim ao relacionamento.
          Decorridos quatro meses desse brusco final, eis que ele sentiu saudades. Achou o número do celular dela. Logo ligou e antes até que ela dissesse ‘alô’, ele, que queria surpreendê-la, já foi dizendo assim:
          --- Verinha... Quero coliiiinhooo...
          Sentiu que alguém suspirava do outro lado. E, para sua surpresa, desligaram imediatamente, sem nada dizer. E aí, a seguir, quando ele já conferia o número, para ver se ligara mesmo para ela, o aparelho tocou:
          --- Alô!       
--- Quem está falando?  --- Era uma voz masculina...
          --- Aqui é o Bodão.
          --- Pois então, seu fdp, você quer colinho, é? --- já berrou o homem.
          --- Como assim? --- o Bodão não entendia.
          --- Ora, seu fdp, você liga no celular da minha esposa, e diz que quer colinho, e agora finge que não sabe de nada?...
          O Bodão estremeceu...
          --- Vapo! Eu liguei?!...
          --- Sim, ligou nesse celular a pouco, e ainda disse o nome da minha Verinha, dizendo que queria colinho... Pois, seu imbecil, eu tenho um colinho pra te dar! Vou te caçar, fdp! --- Aí o Bodão tentou se sair com essa:
          --- Eu liguei sim pra um número agora, que é da Lurdinha...
          --- Lurdinha o cacete. Falou Verinha! Vou te caçar e te matar, fdp!
          E, felizmente, para o Bodão, o sujeito desligou a seguir.
          E então, sentando-se, o Bodão coçou a cabeça, preocupado. Nem pensara nisso... Mas é que a Verinha voltara com o marido...
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TEXTO PUBLICADO EM  SETEMBRO/17, NOSSA COLUNA, DO JR NOTÍCIAS, DE SÃO PAULO - SP.

Proibida a reprodução sem autorização prévia do autor.
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          ADhemyr Fortunatto – Escritor e Jornalista (Drt-SP 60.511).
          Autor dos livros:
          - AS AVENTURAS DO BODÃO - Humor - Impresso e e-book
          - REFLEXÕES DE UM SUJEITO À TOA  - Crônicas & Contos - Impresso, e brevemente em e-book.
         CONTATOS: adhemyr_fortunato@yahoo.com.br