Foi quando estava numa pindaíba
danada, que o Bodão resolveu trabalhar no Censo, e eles também resolveram (sei lá com que critério!) que o Bodão
podia ser um bom Recenseador.
Visitando residências, ele deparava
com as coisas mais inusitadas possíveis, mas de uma nunca esqueceu...
Chegou numa casa modesta, bateu
palmas.
Logo saiu um homem de aspecto rústico,
sério demais.
O Bodão se apresentou, e ele só fez:
--- Hum.
Bem... Aí o Bodão iniciou as perguntas
de praxe... (Uma que ele apôs não tão de
praxe assim, como veremos a seguir...).
--- Como é o seu nome?
--- ADÃO. --- Respondeu o homem com uma seriedade ancestral, para não
dizer abissal.
--- Hum... Certo. --- E o Bodão anotou
ali, onde devia anotar.
--- E qual o nome da sua esposa?
--- EVA. --- Respondeu o homem, com um jeito rústico de assombrar.
--- Hum... --- Só fez o Bodão,
franzindo o cenho, anotando.
Súbito lhe veio uma pergunta imbecil à
cabeça, que se tornou mais imbecil ainda quando ele a expressou assim, após dar
um risinho malicioso:
--- Por acaso aqui também não mora a SERPENTE DO PARAÍSO?
Então o homem se deixou envolver por
um largo sorriso pela primeira vez, ele que fora tão sério até aqui! Tão feliz
lhe pareceu a criatura, que o Bodão ficou deveras pasmado.
Entendeu tudo então, quando o sujeito
gritou lá pra dentro:
--- SOGRA! Chega aqui! VIERAM TE
BUSCAR!
Aí Bodão ouviu um arrastar de chinelos
vindo lá de dentro...
Com um jeito inquieto, e de quem não
entendia nada, encerrou precipitadamente as perguntas ali mesmo e se mandou;
nem viu a “serpente” aparecer...
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POR: ADhemyr Fortunatto.
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